sexta-feira, 4 de junho de 2010

Carta Aberta à Srta. L

Olá, Srta. L. como tem passado? Espero que bem, apesar de tudo. Não se lembra de mim? Sou eu que venho te observando nos últimos 2 anos. Não, não sou um stalker, um observador compulsivo, algum maluco que constrói histórias na sua mente com seu objeto de desejo, histórias essas que nunca irão se concretizar. Não te observo de longe, já estive bem perto. Perto o suficiente para saber o que lhe entristece, as coisas que você gosta de ouvir e o que não gosta. Perto o bastante para admirar o seu sorriso tímido, escapado pelo canto da sua boca, enquanto você inclina a cabeça para baixo, escondendo-se, como se fosse proibido soltar um sorriso destes num mundo tão feio como o nosso. Já estive perto para saber que quando você está nervosa, põe o cabelo, claro como o sol numa manhã de setembro, para trás da orelha, sempre do lado esquerdo. Mas a verdade é que agora quero estar longe. Longe por quê apesar das nossas longas conversas no msn, àquelas as quais você demonstra tanto gostar, apesar de ter me humilhado me declarando, deixando claro o quanto lhe estimava (você não tem idéia do quanto me custou falar aquilo), apesar de claramente nos darmos bem, tudo isso não foi o suficiente para que você largasse o estúpido do seu namorado. Na verdade, nem sei se ele é estúpido, digo pelo que falam dele (e a bem da verdade, que ele parece, parece!), e no final das contas ele nem deve ser, afinal, ele está com você... E eu, bem, eu estou aqui... Voltando ao nosso assunto, se é que um dia ele existiu, parece-me que estou fazendo um papel de bobo nesta história, à espera de algo que não irá acontecer, enquanto você me cozinha em banho-maria, um estepe caso as coisas com o oficial não dêem certo. Alguém para lhe fazer rir e levantar o seu humor quando o estúpido (desculpe, um pouco de raiva não faz mal à ninguém) lhe trata mal ou bem conforme a cotação da Bovespa, ou qualquer taxa variante de alta flutuação. Ninguém precisa lhe alertar o quê ele lhe fez passar. Ninguém sabe mais do que você mesma. O quê me faz pensar o porquê de você ainda estar com ele. Nesses assuntos do coração, não tem muita explicação ou muita ciência, afinal, não sou eu que há quase dois anos venho acreditando nessa história (que nem chegou a ser) sem pé nem cabeça? Mas me faz pensar se realmente quero alguém como você ao meu lado. Alguém que alimenta as esperanças de uma pessoa pelo simples fato de ter alguém na reserva, esperando entrar em campo, alguém que dá corda para outro homem no msn, mesmo tendo namorado, alguém que prefere ser mais uma ao lado do namorado quando poderia ser alguém realmente especial ao meu lado. Pense nisso, apesar de saber que você nunca irá ler isto aqui. Enquanto você (não-) pensa sobre isso, vou tentando me distanciar, embora ainda me sinta como um mosquito atraído pela lâmpada em relação a você: uma atração irrestível, ainda que seja o meu fim, queimado. Aí, se um dia você despertar deste comodismo sentimental ao qual você se recusa sair, talvez eu estarei ainda por aqui, talvez não, mas até lá, se esse dia não chegar, por favor, apague a luz.

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