domingo, 25 de julho de 2010

A longa e interminável espera de dois segundos

Que tipo mágica você fez para que tudo ao meu redor só tenha sentido quando está relacionado a você? O que fazer quando os dias parecem se repetir? O que fazer quando as horas parecem um amontoado de situações desconexas e desinteressantes? O que fazer quando o mundo parece ser uma gradação infinita de tons de cinza? No meu caso, eu espero. Espero que um dia, em meio à tanta confusão, a gente tenha um tempo para sentar e conversar, e todo esse ruído da cidade ao nosso redor se aquiete por dois segundos (e esse será o tempo suficiente). Espero que nossos olhos se cruzem, e eu possa ver através da sua retina, por rápidos dois segundos (tempo mais que necessário) que valeu à pena toda essa espera e antecipação. Espero que eu possa ouvir o som tímido do seu sorriso, tão perto do meu, que nossas gargalhadas se confundirão, e em outros dois segundos, a terra se abrirá para dela emergir uma árvore muito antiga e frondosa, brotando em meio ao cimento e ao caos, só para registrar que o improvável pode, sim, surgir do cotidiano cinzento. Como um acidente da natureza, ninguém saberá o que aconteceu ali, aquela árvore em meio ao nada, apenas nós. Mas parece mais fácil esperar na beira da praia que o mar vire um oceano de sal e solidão, ou esperar pelas cartas de um filho único mandado para a guerra ou até mesmo esperar por um trovão que venha atingir um campo aberto em um dia claro de sol. Quando isso irá acontecer? Ninguém saberá responder. Enquanto isso parece que tenho que me contentar com os dois segundos (não aqueles pelos quais espero, mas os minutos e horas em que rapidamente convivemos) nos quais você consegue trazer alguma cor para as repetitivas situações desconexas e em escala de cinza que se tornou a vida sem você.

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